O Jardim Zoológico de Belo Horizonte agora abriga 14 novas aves brasileiras que foram vítimas do tráfico de animais. O grupo, composto por oito papagaios-do-peito-roxo (Amazona vinacea), espécie ameaçada de extinção, e seis araras-canindés (Ara ararauna), chegou ao Zoo após apreensões realizadas por órgãos ambientais. As aves foram resgatadas durante operações de combate ao tráfico de fauna silvestre, uma prática que ameaça gravemente a biodiversidade.
A transferência dos animais para o Zoológico de BH foi possível graças a uma colaboração entre a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, o Ibama/Cetas, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Waita, responsável pela reabilitação da fauna silvestre. Devido ao estado em que foram encontradas, muitas das aves não podem mais ser devolvidas à natureza, o que torna a acolhida em espaços de conservação, como zoológicos, essencial para garantir sua sobrevivência e qualidade de vida.
Grande parte das aves traficadas é capturada ainda filhote, retirada diretamente dos ninhos, o que prejudica seu desenvolvimento natural. Muitas delas nunca aprendem a voar, ficam confinadas em gaiolas ou têm suas penas cortadas, o que impede seu retorno ao ambiente natural. Centros de conservação e zoológicos desempenham um papel fundamental na proteção desses animais, oferecendo um ambiente adequado e cuidados especiais para garantir seu bem-estar.
Ao chegar ao Zoo de BH, as aves passaram por um período de quarentena, onde foram submetidas a exames e cuidados veterinários antes de serem transferidas para seus recintos definitivos. Esses espaços, localizados na Praça das Aves, foram preparados com ambientação adequada para garantir a segurança e conforto das aves, especialmente para aquelas que, devido às condições de resgate, não conseguem voar.
Os papagaios-do-peito-roxo fazem parte do Projeto Voar, coordenado pelo Instituto Waita, que visa, no futuro, reintroduzir filhotes dessa espécie na natureza, dependendo de fatores técnicos e comportamentais. Com a chegada desses novos moradores, o zoológico conta agora com 10 araras-canindés e oito papagaios-do-peito-roxo, reforçando seu papel na preservação de espécies ameaçadas. O tráfico de animais silvestres é um grave problema no Brasil, com cerca de 38 milhões de animais sendo traficados anualmente, e apenas um em cada dez capturados sobrevive até o destino final.