A proposta do governo de Minas Gerais para conceder à iniciativa privada trechos das rodovias MG-010, MG-424 e LMG-800 tem gerado controvérsias. O plano inclui a instalação de 12 praças de pedágio em vias que cortam 13 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), como Lagoa Santa, Vespasiano e Santa Luzia. A medida enfrenta resistência de parlamentares, motoristas e moradores da região.
Diante da repercussão negativa, a deputada Bella Gonçalves (PSOL) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A iniciativa, assinada por 33 deputados, busca impedir a cobrança de pedágio em rodovias estaduais que passam por cidades da RMBH.
Além disso, os deputados Betão (PT) e Lohanna (PV) propuseram um projeto de lei para restringir a instalação de praças de pedágio a uma distância mínima de 100 km entre elas, visando reduzir impactos financeiros para os motoristas.
O governador Romeu Zema argumenta que a concessão é necessária para garantir investimentos e melhorias nas estradas estaduais. Para ele, a PEC que pretende barrar os pedágios pode prejudicar o desenvolvimento do estado, impedindo avanços na infraestrutura viária.
População e motoristas protestam
O movimento "BH Sem Pedágio", formado por motoristas de aplicativo e moradores da região, organiza manifestações e um abaixo-assinado contra a proposta. Eles alegam que o pedágio encarecerá deslocamentos e impactará a economia local, principalmente para quem depende das rodovias para trabalhar.
O prefeito interino de Belo Horizonte, Álvaro Damião, sugeriu a municipalização do trecho da MG-010 que passa pela capital para evitar a cobrança nesse ponto.
O leilão para a concessão das rodovias está previsto para junho de 2025. Até lá, o tema deve continuar em discussão na ALMG e entre a sociedade, com possibilidade de novos desdobramentos que podem alterar o futuro da proposta.