Menina de 8 anos morre após desafio com desodorante: pais temem riscos da internet sem supervisão

O caso de Sarah gerou preocupação entre pais de crianças da mesma faixa etária.

15/04/2025 17h05 - Atualizado há 3 dias
Menina de 8 anos morre após desafio com desodorante: pais temem riscos da internet sem supervisão
Arquivo: Redes Sociais

Uma tragédia ocorrida em Ceilândia, no Distrito Federal, reacende o alerta em todo o país, inclusive entre famílias de Venda Nova, sobre os perigos da exposição de crianças à internet sem supervisão. Sarah Raíssa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, morreu após participar do chamado “desafio do desodorante”, divulgado por vídeos nas redes sociais.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do DF. O celular da criança será periciado para apurar como ela teve acesso ao conteúdo e identificar os responsáveis pela publicação. O TikTok também será notificado para colaborar nas investigações.

Desafio perigoso

A prática consiste em inalar o gás de desodorantes aerossóis pelo maior tempo possível. O objetivo seria sentir uma suposta sensação de euforia. Médicos alertam que essa inalação pode causar arritmias, perda de consciência e parada cardíaca. Substâncias como butano e propano, presentes nesses produtos, são extremamente perigosas.
Sarah é mais uma vítima de um fenômeno que já causou mortes em outros países. Em 2021, uma adolescente australiana de 13 anos morreu após realizar o mesmo desafio.

Pais em alerta

O caso de Sarah gerou preocupação entre pais de crianças da mesma faixa etária. Eles relatam dificuldade para controlar o acesso dos filhos à internet.

Ana Cláudia, moradora do bairro Mantiqueira, mãe de um menino de 9 anos, disse que sempre supervisiona o uso do celular. “Essa tragédia me abalou. Meu filho só usa o aparelho por tempo limitado e com aplicativos de controle. Mesmo assim, agora estou ainda mais cautelosa”, afirmou.

Carlos Henrique, do bairro São João Batista, é pai de uma menina de 10 anos. “A escola dela já alertou os pais sobre esse tipo de conteúdo. Conversei com minha filha, mas confesso que não sei até onde vai a curiosidade das crianças.”

Juliana Souza, moradora do bairro Letícia, é mãe de dois adolescentes. Ela destaca que o diálogo é o principal recurso. “Eles têm mais liberdade, mas sabem que, se virem algo estranho, precisam me contar. Não é só proibir, é ensinar a pensar.”

Medidas preventivas

A delegada Sheila Pedrosa, da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos do DF, recomenda o uso de ferramentas como o Family Link, do Google, que permite monitorar e limitar o uso de celulares por crianças. Ela também destaca a importância de conversar com os filhos sobre os riscos reais de conteúdos virais.

A morte de Sarah Raíssa acendeu um sinal de alerta. Especialistas reforçam que a vigilância e o diálogo são fundamentais para proteger crianças e adolescentes de conteúdos nocivos e práticas perigosas que circulam livremente nas redes sociais.

 


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