Crimes que chocararam BH: suspeitos dividem cela em Caeté por segurança

Ambos foram transferidos para se evitar e depois de sofrerem ameaças em outras unidades prisionais.

14/08/2025 11h27 - Atualizado há 2 horas
Crimes que chocararam BH: suspeitos dividem cela em Caeté por segurança
Divulgação: Redes Sociais

Dois dos crimes mais chocantes de 2025 em Belo Horizonte uniram, de forma inesperada, seus protagonistas dentro do sistema prisional mineiro. Matteos França Campos, de 32 anos, acusado de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, e Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, empresário preso por assassinar o gari Laudemir de Souza Fernandes em uma discussão de trânsito, agora dividem a mesma cela no Presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A medida é uma estratégia para garantir a integridade física de ambos, que sofreram ameaças de morte dentro do sistema carcerário.

Crimes distintos, comoção semelhante

O primeiro caso ganhou repercussão em julho, quando Matteos confessou ter assassinado a mãe durante uma discussão motivada por problemas financeiros e dívidas relacionadas a apostas online. O crime, cometido dentro de casa e seguido pela ocultação do corpo, encontrado sob um viaduto em Vespasiano, foi classificado como feminicídio e gerou profunda indignação na sociedade pela brutalidade e pela relação familiar entre vítima e agressor.

Já em agosto, Renê protagonizou outro episódio de violência extrema. Durante a manhã, no bairro Vista Alegre, Zona Oeste de BH, ele se irritou porque o caminhão de coleta de lixo bloqueava parcialmente a rua. Após ameaçar a motorista do veículo, sacou uma pistola calibre .380 e disparou contra Laudemir, atingindo-o nas costelas. O gari, trabalhador conhecido na região, morreu no hospital em decorrência de hemorragia interna. A morte, motivada por um desentendimento banal, provocou revolta popular e reforçou o debate sobre violência e intolerância no trânsito.

Do escândalo à cela compartilhada

A repercussão dos casos foi imediata e intensa, com ampla cobertura da imprensa e forte mobilização nas redes sociais. Ambos foram transferidos para o Presídio de Caeté depois de sofrerem ameaças em outras unidades prisionais. Matteos já havia passado por diferentes presídios antes de chegar a Caeté, enquanto Renê foi levado para a mesma unidade após ter a prisão convertida em preventiva.

Por questões de segurança, a direção do presídio optou por colocá-los juntos em uma cela isolada, longe de outros detentos. Fontes ligadas ao sistema penitenciário afirmam que a medida visa reduzir o risco de ataques, já que ambos se tornaram alvos de hostilidade devido à repercussão negativa e à natureza dos crimes.

Reflexo de uma indignação coletiva

Os casos expõem diferentes faces da violência que assola a capital mineira: no primeiro, um crime doméstico com desfecho trágico; no segundo, a escalada da agressividade no trânsito, com consequências fatais. Apesar das motivações distintas, as duas ocorrências têm pontos em comum: a motivação fútil, a crueldade, a comoção pública e o impacto na sensação de segurança da população.

Para especialistas, a repercussão nacional e a necessidade de medidas excepcionais no sistema carcerário demonstram como determinados crimes, pelo contexto e simbolismo, marcam profundamente o imaginário coletivo e acendem debates sobre comportamento, justiça e punição.


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